O rio Cachoeira estende-se por mais de 150 km, desde a nascente à foz, tendo a sua bacia hidrográfica cerca de 5.000 km2 divididos por 13 municípios. Esta área, localizada no litoral sul do Estado da Bahia, é dominada no seu troço final por um mosaico de vegetação natural e agricultura (essencialmente cacau, que cresce sob a copa da vegetação nativa), sendo a restante bacia hidrográfica ocupada por pastos de pecuária (a produção de carne bovina é a principal atividade económica desta área).

O objetivo deste projeto era conceber um plano estratégico de revitalização da bacia hidrográfica que se encontra fortemente degradada em algumas áreas (por ex.: solos esgotados para usos pecuários) ou ameaçada noutras (por ex.: risco de esgotamento de aquíferos por uso excessivo em algumas atividades económicas).

As principais fases deste projeto foram:

  • Caracterizar a degradação (física, ecológica e paisagística) e a problemática socioambiental;
  • Estabelecer áreas prioritárias e indicar mecanismos e estratégias de ações para revitalizar cada área;
  • Elaborar um portfólio dos 11 projetos-tipo que devem ser aplicados no terreno;
  • Propor estratégias de melhoria da governança ambiental para implementar o plano de revitalização.

O desenvolvimento das tarefas implicou a elaboração de 27 mapas, monotemáticos simples e também combinados, resultantes de análise multi-layer; um dos principais mapas combinados foi o mapa da degradação da bacia (solos, água e biodiversidade) que classificou o território em 4 classes. Este foi validado no campo (49 pontos) para cálculo do índice de Kappa, cujo resultado foi 0,715, o que corresponde a adesão elevada à realidade. O mapa final indicou as micro-bacias prioritárias para revitalização: 16 prioridade alta e 21 prioridade média, de um total de 58.

O projeto culminou com a elaboração do plano de estratégias de revitalização, adequadas a cada micro-bacia e com o plano de governança para envolvimento das entidades e indicação de possíveis mecanismos e fontes de financiamento.

Todo o processo contou com forte participação social: 3 oficinas técnicas que juntaram 132 pessoas representando 68 instituições e 3 consultas públicas a que assistiram 201 pessoas, representando 59 entidades. Foi ainda criada uma plataforma online de participação, para fomentar o envio de comentários, sugestões e colocação de questões.