O novo aeroporto internacional de Lisboa ficará localizado numa extensa planície rural, nas margens do estuário do Tejo – uma área húmida protegida a nível nacional e internacional, importante local de congregação de aves migratórias.

Este estudo teve como objetivo conhecer com elevado detalhe técnico todos os movimentos efetuados pelas aves, ao longo de um ano, numa área de cerca de 700 km2, para permitir avaliar o risco potencial de colisão destas com as aeronaves que passarão a utilizar este espaço aéreo.

O estudo implicou uma mobilização excecional de meios técnicos e humanos sem precedentes a nível nacional (e equiparável a apenas alguns estudos no contexto Europeu):

  • Instalação no terreno de um sistema de dois radares banda S e banda X (varrimento horizontal com raio de 12 km e varrimento vertical até 3 km de altitude): recolha de dados em contínuo, durante 365 dias, 24 horas por dia;
  • 40 dias de trabalhos de campo de validação visual dos sinais captados pelo sistema de radar, envolvendo: uma equipa de 21 especialistas em identificação de aves que produziram 323 horas de registos, em cada um dos 12 pontos de observação instalados no campo;
  • Trabalhos de campo complementares de caracterização dos biótopos e da avifauna local (não-migradora);
  • Foram validados mais de 4.000 movimentos, de cerca de 40.000 aves pertencentes a cerca de 60 espécies;
  • Determinaram-se padrões de movimentos: diurnos/noturnos, por estação do ano, por altitude, associados/dissociados dos biótopos, entre outros.
  • Fez-se análise quantitativa do risco de colisão de aeronaves com aves, em quatro épocas do ano (Primavera, Verão, Outono e Inverno).
  • Apresentou-se um plano de controlo da avifauna para minimizar os riscos de colisão, após entrada do aeroporto em funcionamento.